Filme Ainda Estou Aqui - de Walter Sales com Fernanda Torres e Selton Melo

Durante o fim de semana consegui assistir o filme mais aclamado da temporada de premiações, Ainda Estou Aqui. Filme nacional baseado no livro de mesmo nome do escritor brasileiro Marcelo Rubens Paiva e dirigido por Walter Sales (mesmo diretor de Central do Brasil) com Fernanda Torres e Selton Melo.

O filme conta um pouco sobre a história de Rubens Paiva e Eunice Paiva. Ele, um engenheiro e político atuante na época da ditadura militar, ela, sua esposa, mãe de 5 filhos que teve que se reinventar após a prisão e morte de seu marido durante o regime militar.

Rubens Paiva foi eleito deputado federal por São Paulo, mas logo foi cassado pelo então regime militar. Já fora da política, ele passou a exercer sua profissão de engenheiro e sob a acusação de ajudar exilados, passou a ser perseguido pelo exército.

Assim como em Central do Brasil, Walter Sales mostra a realidade da época e sem muito enfeite ou rodeios, direto ao ponto, mas de maneira equilibrada. Acompanhamos o sofrimento de Eunice e sua família na luta por justiça no caso do seu marido.

No filme vemos a saga de Eunice na busca, primeiramente, pelo seu marido que fora levado para prestar depoimento e nunca regressou (assim como tantos outros que foram presos durante a ditadura). A própria Eunice e sua filha foram levadas para prestar depoimentos. Sua filha foi liberada no dia seguinte, mas Eunice passou 12 dias presa até ser liberada.  Então, depois de tudo isso, vemos sua busca pelos culpados e por justiça por Rubens Paiva.

Não é à toa que o filme está sendo tão bem recebido aqui e fora do país, ganhando vários prêmios e sendo um dos favoritos ao Oscar 2025. Fernanda Torres mostra com destreza a dualidade de buscar justiça pela morte do seu marido e ao mesmo tempo a leveza necessária para lidar com o luto e ainda mostrar força para carregar toda família.

Ainda Estou Aqui é filme muito emblemático, sem excessos e ainda assim completo! Um momento sombrio da nossa história sendo contado pela voz de quem o viveu deixa tudo ainda mais cheio de emoção.

Que venha o Oscar!